O Automóvel Clube de Portugal (ACP) fez uma participação criminal contra os ex-ministros do PS responsáveis pelas Obras Públicas, Mário Lino e António Mendonça, e contra o ex-secretário de Estado, Paulo Campos.
O ACP acusa os ex-governantes de gestão danosa, com dolo, na negociação e renegociação dos contratos das auto-estradas sem custos para os utilizadores (Scut), acusando-os de serem responsáveis por «um prejuízo da ordem de vários milhares de milhões de euros, que todos os portugueses têm de pagar com reduções no salário, corte total ou parcial dos subsídios de férias e de Natal e agravamento dos impostos».
Além de Mário Lino, Paulo Campos e António Mendonça, o ACP quer que se apurem outros responsáveis e pede também ao DIAP que exija ao governo todos os documentos relativos a estes processos.
Como testemunhas, o ACP quer ainda que sejam ouvidos economistas e especialistas em transportes, como Medina Carreira, João Duque, ou o vereador da câmara de Lisboa, Nunes da Silva.
Será louvável a iniciativa do ACP. Quem detém o mandato de governar em nome do povo deve perante ele prestar contas dos resultados da sua governação, mas, serão apuradas responsabilidades e castigados os culpados? Não. Porque não há culpados. Não há responsabilidades. Tudo foi feito de acordo com a lei, com base em estudos que dão os resultados, que quem os pede deseja que dê. Pode-se até chegar à conclusão, que as parcerias das scuts foram ruinosas para o país, mas nada vai acontecer. Tudo vai ficar na mesma. Veja-se o caso o ex primeiro-ministro Islandês, levado à justiça sob a acusação de ter levado o país à banca rota. Dos quatro crimes de que era acusado, só por um foi condenado, o de não se ter reunido com os ministros do seu governo quando a situação se tornou crítica. Muito pouco. Por cá, nem isso vai acontecer.