Em época de Natal, pode-se sentir a crise que afeta Portugal. Quem ainda pode comprar prendas, ou simplesmente vagueia pelas lojas, verifica que as promoções chegaram mais cedo. O comércio reagiu à retração do consumo, e em vez de iniciar as promoções depois do Natal, começou logo no início de Dezembro. Mesmo assim, o frenesim das compras de Natal, não se sente nas ruas. Só o comércio de luxo parece não necessitar de promoções. Até as chamadas “lojas chinesas” estão quase vazias. Noutros tempos autênticos templos de compras para as classes sociais mais desfavorecidas, hoje encontra-se aí a defunta classe média portuguesa. Mas os carros de luxo continuam a aparecer nas ruas com matrículas do final do ano, lojas de marcas conceituadas não precisam de fazer promoções para continuar o seu negócio, ourivesarias de luxo continuam o negócio, mesmo de porta fechada. Não é necessário um qualquer comentador político ou mesmo um membro da oposição dize-lo, o cidadão mais atento sente-o: a crise está aí, é certo, mas a conta, essa é sempre apresentada aos mesmos, os pobres e os remediados, outrora chamada classe média e média alta. Acentua-se assim o fosso social, nada que as estatísticas já não confirmem, mas que acima de tudo se sente.
Crise do Natal em Portugal
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